Conheça a história do Ministério Equilíbrio e de sua fundadora Eliene Silva

Uma criança apaixonada por movimento, que contagiava a casa com danças e muita imaginação, assim foi Eliene Silva durante os seus primeiros anos de vida. Sua mãe, atenta ao talento que ela possuía, matriculou-a em curso de ballet e jazz moderno, mas, por questões familiares, não conseguiu mantê-la por muito tempo.

No entanto, como alguém que guarda um tesouro valioso, Eliene não conseguiu desvincular-se da dança e, na adolescência, entrou em um curso promovido pelo governo para pessoas de baixa renda. Essa foi uma experiência importante, pois a jovem começou a tecer sonhos de viver profissionalmente da dança e viajar para o exterior.

Mas o seu sonho entrou em conflito com as expectativas da sua família e a necessidade de ter uma carreira profissional que a proporcionasse viver mais confortavelmente. Assim, a jovem Eliene viu mais uma vez seu sonho ser adiado por conta das circunstâncias. Ela não sabia, mas sua história, com seus altos e baixos, estava sendo escrita por Deus em seus mínimos detalhes.

Aos 17 anos, seu coração começou a aquecer quando ouvia falar de Jesus. No ano seguinte, entregou-se de vez a Cristo e foi batizada na IBMI. Naquela época, a dança não fazia parte do universo cristão, ela entendia que dançar era pecado. Então, a estudante de pedagogia envolveu-se no ministério infantil, passando a ensinar crianças, mas sempre utilizando fantoches, formando corais e grupos de teatro, pois sua inclinação para as artes sempre falava alto.

Mas havia um impulso no seu interior, uma paixão que ela não sabia controlar. “Eu me sentia incomodada. Toda vez que eu via companhias de ballet clássico, todo aquele corpo de baile muito lindo, aquele profissional na ponta, expressando-se corporal e facialmente com muita técnica, eu achava aquilo tão lindo e sempre pensava comigo – poxa, isso poderia ser feito para o Senhor! -. Toda vez que eu via, eu sentia que o Criador fez aquilo, deu para o homem. Eu sentia isso sem nunca ninguém ter me explicado. Eu via que era tão belo, que poderíamos adorar a Deus com dança”, destacou.

Com o tempo de convivência na igreja, ouviu falar da Jocum (Jovens com Uma Missão), uma instituição internacional voltada ao evangelismo. A chama que quase havia se apagado no coração de Eliene acendeu novamente. “Eu entendi que o Senhor estava me chamando para algo específico por um tempo determinado. Larguei tudo, trabalho, família, sem olhar para trás e sem me apegar”, relatou. Agora, com uma motivação muito mais nobre, ela não cabia em si. Além de se dedicar à dança, usaria seu talento para resgatar pessoas das trevas para a luz. Na Jocum, participou da Eted (Escola de Treinamento e Discipulado), em seguida, Deus a direcionou para participar do grupo Ceifa, especializado em dramatizações, sendo que na época era pioneiro na arte da dramatização e deixava a marca em todo lugar onde passava.

No grupo Ceifa, Eliene realizou seus antigos sonhos. Viajou para todas as regiões do Brasil e para países da Europa (França, Espanha e Portugal), realizando apresentações nas ruas e praças, expressando o amor de Jesus por onde passava. “Vivi experiências fortíssimas com evangelização de rua, entendi o que é levar a Palavra de Deus através da arte a todos os públicos, com ênfase nos jovens. Havia muitas conversões”, explicou. E o sucesso era tanto, que eles eram chamados até para dar entrevistas em canais de televisão. Durante os três anos que esteve na Jocum, ela manteve o vínculo com a IBMI, mandando informações e registros do trabalho que estava desenvolvendo mundo afora. Pastor Bira, sempre atento, acompanhava seu crescimento e como Deus estava contando com ela para levar as Boas Novas aos perdidos.

Após 3 anos na Jocum, a sonhadora Eliene planejou voos mais altos. Ela queria estudar na Universidade das Nações, localizada no Havaí. Já havia preparado tudo e estudado inglês, estava pronta para aventuras santas ao redor do mundo. Mais uma vez, seus sonhos foram interrompidos. Deus estava gerando algo para Salvador em que ela seria parte importante.

Pastor Bira, com ampla visão de evangelismo a chamou de volta e convidou para implantar na IBMI um trabalho semelhante ao que fazia na Jocum. Em obediência, ela voltou para Salvador e começou a dar os primeiros passos para a construção de um grupo de artes cênicas. Naquela época, eram realizadas pantomimas, espécie de teatro mudo, em que eram realizados movimentos durante a execução de músicas. O novo grupo causou estranhamento com seu figurino inusitado, todos vestidos e calçados de preto, com rostos pintados de tinta branca e preta e, de vez em quando, um toque de vermelho. “No início, algumas pessoas não entenderam.  Eu dava paz do Senhor e elas não me respondiam, eu estendia a mão para cumprimentar e elas não correspondiam. Com o tempo perceberam que a cada apresentação o nome do Senhor era glorificado, as pessoas se convertiam. Depois que viram os frutos do trabalho, elas vieram até mim para pedir perdão”, relatou.

 

Ministério Equilíbrio

“Quando voltei, pensei que iria levar um tempão para passar a visão, levantar pessoas que se identificassem com esse chamado e preparar o povo para colocar em prática tudo aquilo que eu já tinha experiência”, confessou Eliene. No entanto, aconteceu o contrário, a primeira apresentação do grupo foi na reinauguração do templo da IBMI em 1999 e a proposta atraiu muitos jovens e adolescentes desde o início. O nome do grupo “Equilíbrio” baseia-se na importância de termos equilíbrio espiritual, emocional e físico.

Com visão pioneira, Eliene vem desenvolvendo um trabalho que envolve formação técnica, incluindo cursos de profissionais convidados e intercâmbios, além de discipulado, atividades de integração e desenvolvimento de disciplinas espirituais. A proposta é preparar os integrantes de uma forma mais integral possível, conhecendo os desafios que o ministério enfrenta, como a alta exposição, a necessidade de resiliência e empenho para o desenvolvimento de técnicas, além do posicionamento espiritual.

O Ministério Equilíbrio no Impacto de Carnaval

O ministério Equilíbrio tem um papel fundamental no bloco Sal da Terra desde o início, em 2000. Naquele ano, foi realizada uma ação evangelística região da Praça da Piedade, próximo ao Shopping Center Lapa, no entanto, o local não foi apropriado e no ano seguinte passou a se apresentar no Pelourinho. Durante o desfile do bloco, é a comissão de frente, sendo a primeira ala vista pelo público. Já na programação da Praça da Sé, apresenta coreografias e dramas com temas voltados à evangelização.

A dança tem o papel de contagiar, chamar atenção do público, entreter. Através de coreografias bem ensaiadas e músicas adequadas para o ambiente, conseguem fazer o público ter um encontro com a mensagem do amor de Deus. “A dança em si atrai, alegra, prende a pessoa no momento, é a abertura, ajeita o terreno para vir a mensagem e aí depois vem os dramas. Então, quem chegou, gostou de ver a dança, acha legal e sabe que vai ter uma próxima apresentação, fica para ver. A dança dá esse início de firmar e fica ali quem o senhor realmente está chamando atenção”, explicou.

Em seguida, são realizados os dramas, que têm uma mensagem mais densa, com a finalidade de provocar uma reflexão do público e identificação do que está sendo apresentado com a história de vida das pessoas. “Já vi muitas pessoas se converterem através dessa ferramenta. Na nossa primeira apresentação ainda na Praça da Piedade, estávamos apresentando um drama intitulado ‘Robô’. Um homem que estava a caminho do Elevador Lacerda para se jogar assistiu, em seguida aceitou Jesus e se arrependeu de se suicidar”, testemunhou.

 

Central das Artes

O trabalho do Ministério Equilíbrio tem dado ótimos resultados nas ações de evangelismo e, por conta disso, está se expandindo para aumentar a sua atuação na propagação do Reino de Deus. Assim, foi criada a Central das Artes na IBMI, com o objetivo de unir jovens e adolescentes que atuam nas artes cênicas, reunindo as linguagens de dança, dramatização e teatro. A ação envolve atividades de treinamento, discipulado e aconselhamento, sob o monitoramento de Eliene, e realiza apresentações em diversos locais da cidade com foco na evangelização, tanto em projetos da IBMI, como também de outras igrejas.

Durante todo o tempo em que atua no Impacto de Carnaval, Eliene tem sido dedicada e submissa ao que Deus quer fazer em cada ano. Em 2025 não será diferente. “Vou me jogar, me entregar neste serviço como se fosse a última vez. Eu vejo que as pessoas estão muito sofridas, a maldade está se multiplicando, mas tem aqueles que são do Senhor, que estão sedentos. Este é o tempo de a gente lançar mesmo a semente, creio que vamos lançar muito dessa semente e a minha expectativa é que venhamos ter o retorno dela, que vidas ali, os que pertencem mesmo ao Senhor, venham ouvir a voz de Deus através do que nós vamos fazer lá”, finalizou.

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